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Personalidades odivelenses (3)

 

Barroso, Susana (1974-). Técnica de informática nas piscinas de Odivelas, Susana Cristina Carvalheira Barroso distinguiu-se na natação adaptada, participando em todas as edições dos Jogos Paralímpicos realizadas entre 1992 e 2004, quando foi porta-estandarte da delegação de Portugal aos Jogos de Atenas, e tornando-se a atleta paralímpica portuguesa mais medalhada. Em 2005, trocou a natação pelo boccia, modalidade na qual estaria presente nos Jogos Paralímpicos de 2012. Além de receber distinções como o Prémio Municipal Beatriz Ângelo (2020), Susana Barroso viu o seu nome ser atribuído ao pavilhão municipal do Casal do Rato.

 

Bragança, D. José de (1720-1801). Filho de D. João V e Paula Teresa da Silva, era o mais novo dos “meninos de Palhavã”, designação atribuída aos três filhos ilegítimos do Magnânimo que, depois da morte do pai, viveram num palácio (a atual embaixada de Espanha) do então arrabalde da capital. D. José estudou no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde se doutorou em Teologia, e assumiu em 1758 o cargo de inquisidor-mor. Contudo, em 1761, devido a um conflito com o marquês de Pombal, foi desterrado juntamente com o seu meio-irmão D. António para o convento do Buçaco, do qual os infantes só sairiam 16 anos depois, quando Pombal deixou o poder.

 

Cabaço, Carlos (1940-2023). Além de funcionário dos TLP, Carlos Alberto Cardoso Cabaço foi dirigente do Ginásio Clube de Odivelas desde a fundação da coletividade, tendo exercido funções como as de presidente e vice-presidente e acompanhado durante mais de 40 anos a vida do clube. Em 2017, recebeu a distinção "Excelência Desportiva", atribuída pela Câmara de Odivelas.

 

Évora, Nelson (1984-). Veio com 5 anos para Odivelas, onde conheceu o treinador João Ganço e começou a praticar atletismo no Odivelas FC. Já no Benfica, especializou-se no triplo salto, disciplina da qual se sagraria campeão mundial em 2007. No ano seguinte, tornou-se em Pequim o quarto português a ganhar uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Apesar de várias lesões, o saltador seria ainda campeão europeu em pista coberta (2015 e 2017) e ao ar livre (2019). Distinguido em 2009 com uma Medalha Municipal, grau Ouro, Nelson Évora tem visitado várias escolas do concelho para promover o desporto e foi homenageado pela Junta de Odivelas em 2023.

 

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(Fonte da imagem: Humberto Fraga)

 

Ferreira, Armando Carlos (1947-2011). Armando Carlos Correia Soares Ferreira nasceu em Angola e estudou nos Pupilos do Exército. Trabalhou durante cerca de 30 anos em Odivelas como técnico de ar condicionado. Foi um dos fundadores do PPM, partido do qual seria secretário-geral (2005) e vice-presidente (2009), e desenvolveu atividade cívica ligada ao cinema e aos Bombeiros Voluntários. Em 2009, foi eleito deputado à Assembleia Municipal de Odivelas, vindo o seu nome a ser atribuído a uma rua da sede do concelho.

 

Ferreira, Fernando (1963-). Advogado e gestor de empresas, foi membro da Assembleia de Freguesia de Odivelas, vereador da Câmara de Loures e, depois da criação do município odivelense, vogal da Comissão Instaladora, vereador, presidente da Odivelcultur e candidato do PSD à presidência da CMO em 2001 e 2005. Desempenhou no Odivelas FC cargos como os de presidente da mesa da assembleia-geral (2002-2006) e presidente-adjunto.

 

Fidalgo, José (1979-). José Manuel Fidalgo Soares é um ator e modelo originário da Pontinha. Estreou-se no teatro em 1998, numa representação do Auto da Cananeia, de Gil Vicente, ocorrida no Mosteiro de Odivelas. Além de participar em numerosas telenovelas e campanhas publicitárias, entrou em filmes como O Fascínio, Linhas de Sangue ou Km 224. Nas autárquicas de 2005, foi mandatário da Juventude da candidatura de Fernando Ferreira (PSD) à presidência da Câmara de Odivelas.

 

Mamede, Ricardo Paes (1974-). Ricardo Nuno Ferreira Paes Mamede fez parte da direção da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Odivelas antes de estudar no Instituto Superior de Economia e Gestão e na Universidade Bocconi, em Itália, onde se doutorou em Economia. É professor desde 1999 no ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa e preside ao Instituto para as Políticas Públicas e Sociais. Escreveu livros como O Que Fazer com Este País (2015) e A Economia como Desporto de Combate (2016), além de comentar temas económicos para a RTP3 e o jornal Público.

 

Martins, Augusto Pais (1941-2004). Licenciou-se em Ciências Geológicas pela Universidade de Coimbra, onde foi dirigente da secção de futebol da Académica, clube abordado no seu livro O Grito das Capas Negras. Fundou em 1971 o Grupo Pedago, dedicado à educação e que incluiria o Externato de Odivelas, os Externatos Pica-Pau e, a partir de 1984, o Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE), o primeiro estabelecimento de ensino superior localizado no atual município odivelense. Augusto Pais Martins foi sócio benemérito do Odivelas FC, clube cuja presidência exerceu em dois períodos (1983-1985 e 1991-1996). Atualmente, o nome de Pais Martins encontra-se numa rua de Odivelas e no Centro Infantil criado pela JFO em parceria com o ISCE.

 

Mota, Leila Marques (1981-). Médica de clínica geral e familiar, trabalhou no centro de saúde de Odivelas. Destacou-se na natação adaptada, obtendo um 7.º lugar nos Jogos Paralímpicos de Pequim (2008). Depois de deixar a competição, foi a primeira mulher a presidir à Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD), com sede no Olival Basto. Recebeu em 2024 um diploma em Medicina Desportiva atribuído pelo Comité Olímpico Internacional.

 

Olaio, Tomás José (1896-1989). Como empresário, destacou-se no desenvolvimento da fábrica dos Móveis Olaio, situada em Sacavém. Em 1960, passou a ser construtor civil, comprando a Quinta do Espírito Santo, em Odivelas, para urbanizar os terrenos. Nas décadas seguintes, mudaria a face de Odivelas ao edificar o chamado Bairro Olaio. Apoiou a fundação do Ginásio Clube de Odivelas, ao qual ofereceu o atual Pavilhão Municipal, localizado na rua com o nome do construtor.

 

Paula, Madre (1701-1768). Paula Teresa da Silva e Almeida foi destinada pelo pai, um ourives de escassos recursos, à vida religiosa, tendo professado em 1718 como freira do Mosteiro de Odivelas, então muito frequentado pela nobreza da corte de D. João V. O rei e Paula iniciaram uma relação amorosa ainda antes de 1720, ano do nascimento do seu filho D. José. D. João V concedeu à amante, que ascendeu à categoria de madre, quantias avultadas e mobiliário de luxo para os aposentos dentro do mosteiro (a chamada “Torre da Madre Paula”, demolida em 1948) onde Paula e uma irmã viviam. As lendas sobre os amores da freira e do monarca circularam ainda no reinado de D. João V e, desde então, em vários livros e numa série televisiva da autoria de Patrícia Müller.

 

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Rodrigues, José Lourenço (1934-2019). José Lourenço Rodrigues ("Mano Zé") nasceu no concelho de Mértola, instalou-se na Pontinha em 1954 e foi dirigente do CER Tenente Valdez e do Grupo de Atletismo da Pontinha. Aos 50 anos, começou a competir em provas de atletismo, tornando-se pentacampeão do concelho de Loures no escalão de veteranos. Homenageado várias vezes pelo Tenente Valdez, recebeu postumamente em 2021 a Medalha Municipal de Dedicação Pública, grau Bronze.

 

Santos, Helena. Maria Helena Santos de Almeida começou muito nova a cantar, atuando em festas do Grupo Recreativo dos Pombais. Depois de lançar em 1972 o seu primeiro single, a "miúda de Odivelas", como ficou conhecida, gravou vários discos de fados, marchas, pasodobles e outros géneros musicais. Com Marina Mota e Maria de Fátima, participou no álbum coletivo Juventude do Fado. Afastou-se da música aos 21 anos, vivendo atualmente em Londres.

Vocês sabem lá

Hipóteses para as eleições legislativas de 18 de maio, formuladas por ordem decrescente de convicção:

 

1. Continua a existir uma maioria parlamentar de direita.

2. O ADN entra na Assembleia da República ao eleger Bruno Fialho e/ou Joana Amaral Dias.

3. O Livre ultrapassa a CDU e o Bloco de Esquerda.

4. Nos cartazes da Iniciativa Liberal, Rui Rocha surge ao lado de slogans tão originais como “Por Portugal” e “As Pessoas Primeiro”.

5. Todos os partidos se queixam da comunicação social dando como exemplo a atitude de João Adelino Faria nos debates e entrevistas, sem compreenderem que o jornalista da RTP é chato de nascença.

6. Jornalistas e comentadores falam obsessivamente dos indecisos nas últimas duas semanas de campanha.

7. Na véspera das eleições, o Benfica/o Sporting garante matematicamente o título de campeão, razão pela qual muitos indivíduos ficam demasiado ressacados para votarem.

8. Sebastião Bugalho acusa Pedro Nuno Santos de ser “leninista”, Rui Tavares de ser “trotskista”, Mariana Mortágua de ser uma “terrorista” e José Pacheco Pereira de ter apoiado Pol Pot.

9. Os media não descobrem mais nada de substancial sobre Luís Montenegro, o público cansa-se e acontece algo que transforma a imigração no principal tema da campanha.

10. Paulo Raimundo recorre nos seus discursos às mesmas frases batidas de sempre, enquanto nas redes sociais outros militantes do PCP utilizam as palavras “nazi” (Ursula), “palhaço” (Zelensky), “trafulhas” e “bandalheira”.

11. O Chega tem mais votos que a AD nos concelhos de Loures, Amadora e Odivelas, ficando a menos de 2% da coligação no total do distrito de Lisboa.

12. O grupo parlamentar do Chega encolhe de 50 para 43 deputados.

13. O PSD, perdão, a AD obtém o seu pior resultado de sempre e Luís Montenegro é encostado à parede durante horas.

14. O PSD, perdão, a AD obtém uma vitória folgada e Luís Montenegro é profusamente elogiado pela sua “jogada brilhante”.

15. Inês Sousa Real falha a eleição e o PAN, na prática, desaparece.

16. Pedro Nuno Santos repete o segundo lugar mas continua a liderar o PS.

17. O Ministério Público formula uma acusação contra Luís Montenegro, mas este não fica preocupado porque, inspirando-se na sua série favorita, possui um carro laranja mais veloz que qualquer viatura policial e capaz de dar grandes saltos aterrando sem sofrer um único risco.

18. Nas comemorações do 25 de Abril, o tema “A Luta É Alegria” volta a ser um êxito, para surpresa do próprio Jel.

19. Durante a campanha, Sérgio Sousa Pinto diz qualquer coisa de esquerda.

20. O PEV abandona a CDU e concorre sozinho, alcançando o dobro da votação do PCP.

 

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(Fonte da imagem: Wikipedia)

Personalidades odivelenses (2)

Afonso, D. Maria (1302?-1320). Filha bastarda de D. Dinis, viveu no mosteiro fundado pelo pai em Odivelas (ignora-se se chegou a tornar-se freira), onde mandou construir um altar em honra de Deus e Santo André, faleceu precocemente e foi sepultada. Os numerosos mistérios que envolvem a vida e morte de D. Maria Afonso inspiraram Patrícia Müller na escrita do romance e da série televisiva A Rainha e a Bastarda.

 

Brás, Manuel Duarte (1932-1993). Trabalhou como pastor e talhante e ganhou vários prémios pela sua inspiração de poeta popular. A poesia de Brás foi reunida no livro Janelas Abertas (1990), marcado por memórias do passado de Odivelas, cidade que homenageou o autor dando o seu nome a uma rua da Arroja.

 

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Bravo, António Maria (1817-1880). Nasceu no Barreiro, filho de um empresário dos transportes marítimos com o mesmo nome que comprou em 1849 a chamada Quinta do Espanhol, em Odivelas, onde o palacete situado na futura Rua Alexandre Braga servia de casa de férias para a família Bravo. Herdeiro da propriedade após a morte do pai, António Maria Bravo criou a primeira escola primária na aldeia e participou em 1863 na fundação da Sociedade Musical Odivelense, cujos instrumentos pagou. Apesar dos Bravo terem vendido a quinta depois de 1880, o nome de António Maria ficaria eternizado na biblioteca da SMO e numa das ruas mais antigas de Odivelas.

 

Coelho, Jorge (1977-). Morador na Codivel, estudou Artes Gráficas e Comunicação na Escola Artística António Arroio (Lisboa). É ilustrador e autor de BD, com trabalhos publicados em editoras americanas como a Marvel, a Image Comics, a Boom Studios ou a Clover Press. Como desenhador do álbum O Grande Gatsby, ganhou o prémio para Melhor Banda Desenhada de Autor Português no festival Amadora BD de 2024.

 

Duarte, Nuno (1974-). Depois de passar a infância e adolescência em Odivelas, Nuno Ricardo Rodrigues Duarte teve vários empregos até se afirmar como músico e humorista, sob o nome artístico Jel ou Tio Jel. Com o irmão, Vasco Duarte, formou o grupo Homens da Luta, vencedor do Festival RTP da Canção de 2011. Participou em programas de televisão como A Revolta dos Pastéis de Nata, Vai Tudo Abaixo, Como Isto Anda ou Bairro do Humor. Atuou em 2023 nas Festas da Cidade de Odivelas.

 

Jorge, Torcato (1891-1972). Também conhecido por Torquato Jorge, era proprietário de moinhos. Abriu em Odivelas uma grande loja, dedicada à venda de diversas mercadorias e situada num edifício em frente da atual Biblioteca Municipal D. Dinis. Casou por três vezes e foi um dos primeiros odivelenses a possuir um telefone em sua casa.

 

Kutchy (2002-). Edmilson Camala Sá ("Kutchy") cresceu no bairro da Arroja, tendo começado a jogar futsal na Associação da Arroja antes de prosseguir nos escalões de formação de Sporting e Benfica. Jogador da equipa sénior das "águias" desde 2023, integrou a seleção portuguesa que disputou o Mundial de futsal de 2024.

 

Lopes, Augusto Abreu (1894-1981). Licenciou-se em 1917 na Escola de Medicina Veterinária, estabelecimento do qual seria secretário-geral e diretor. Criador de animais em cujo corpo recolhia material para vacinas contra o tétano, Abreu Lopes comprou várias propriedades agrícolas, entre elas a Quinta da Ponte, no Olival Basto, e a Quinta de Nossa Senhora do Monte Carmo, em Odivelas. Parte dos terrenos desta última, conhecida por “Quinta do Mendes”, foi cedida pelo novo dono à Câmara de Loures para urbanização, sendo o nome do veterinário atribuído à avenida então surgida.

 

Mateus, Fernanda (1959-). A operária têxtil Maria Fernanda Santos Cardoso Mateus ingressou em 1976 no PCP, do qual se tornou funcionária em 1979. Faz parte da Comissão Política do Comité Central do partido desde 1996. Candidatou-se em 1993 à presidência da Junta de Freguesia de Odivelas, encabeçando vinte anos mais tarde a lista da CDU à Câmara odivelense.

 

Ribeiro, Henrique (1958-). Ator amador e operário químico, o pontinhense Henrique Manuel Couto Ribeiro integrou listas do PCTP/MRPP às eleições legislativas de 1980 e às autárquicas intercalares de 1981. Seguiu a carreira de jornalista, escrevendo para periódicos como Jornal da Pontinha, Gira Loures, Vento Novo, Nova Odivelas, Odivelas Notícias e Diário de Odivelas, vários dos quais dirigidos por Ribeiro.

 

Santos, João Viegas dos (1941-). Natural de Santiago (Tavira), aderiu ao PCP, tendo estado detido por motivos políticos entre junho de 1967 e dezembro de 1968. Vivia numa cave da Rua Serpa Pinto, em Odivelas, quando na manhã de 22 de junho de 1971 agentes da PIDE/DGS bateram à porta da sua casa. Viegas conseguiu fugir para a rua, onde foi perseguido por dois “pides” armados enquanto descia para a Avenida Augusto Abreu Lopes. Aos gritos, os agentes identificaram-no como um ladrão, obtendo assim a colaboração na sua captura por parte das pessoas que esperavam o autocarro na entrada da futura cidade. O PCP faria em seguida várias pichagens para repor a verdade e exigir a libertação de Viegas. Depois de uma condenação a 5 anos de prisão, João Viegas seria libertado do Forte de Peniche graças ao 25 de Abril. Regressou a Odivelas, onde seria professor na escola secundária entre 1983 e 2003.

 

Santos, Maria Gomes da Silva (1907-1986). Viveu a partir de 1913 em Odivelas, onde casou em 1927 com Marcelino Francisco dos Santos. Escreveu, encenou e interpretou numerosos espetáculos na Sociedade Musical Odivelense. Enfermeira de profissão, prestou forte apoio à população local, que a conhecia por "anjo branco" ou "menina Maria". Entre 1946 e 1967, residiu com a família em Moçambique e aí prosseguiu o trabalho social, reconhecido pela Cruz Vermelha com uma Medalha de Agradecimento. Regressou depois a Odivelas, onde o seu nome fora atribuído à rua da sede da SMO.

 

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Vintém, António Bento (1945-2013). Natural de Coruche, foi preso pela PIDE em 1967, passando 19 meses na cadeia de Caxias. Depois de ser libertado, viveu em Itália, onde se iniciou na atividade editorial. Ao regressar a Portugal em 1974, fixou-se na Póvoa de Santo Adrião e aí criou a livraria Outubro e o jornal de extrema-esquerda O Proletário Vermelho (1974-1977). No início da década de 1980, fundou a editora e distribuidora Europress, ainda hoje ativa.

 

P.S. Uma fonte fundamental para a elaboração de várias destas notas biográficas foi o livro de Manuela Ferreira Toponímia da Freguesia de Odivelas (Edições Pedago/Junta de Freguesia de Odivelas, 2005). Como a própria obra previa, ela já se encontra desatualizada em resultado do crescimento da cidade e da criação de novos arruamentos nos últimos 20 anos. A Junta de Odivelas faria bem em promover uma reedição do livro ou, em alternativa, criar um espaço online com informação disponível sobre as pessoas homenageadas nas placas toponímicas, perfeitos desconhecidos para boa parte da população da freguesia.

Personalidades odivelenses (1)

Braga, David (1974-). Treinador de futsal, promoveu a modalidade no Póvoa de Santo Adrião Atlético Clube, de que foi fundador e presidente, e no Grupo Desportivo dos Bons Dias. Tem feito jornalismo desportivo para meios como a AFL TV e os jornais Nova Odivelas, Odivelas Notícias e Diário de Odivelas. É militante do PSD e candidatou-se em 2017 à presidência da Junta de Olival Basto e Póvoa de Santo Adrião.

 

Carvalho, Hernâni (1960-). Hernâni Manuel Marques de Carvalho foi um dos fundadores do Ginásio Clube de Odivelas, presidiu à JSD-Odivelas e integrou o Movimento Odivelas a Concelho. Iniciou nos media locais uma carreira jornalística que o levaria à RTP e à SIC, onde apresentou programas como Linha Aberta. É doutorado em Psicologia pela Universidade da Extremadura e autor do romance Azul Suai e de vários livros de não-ficção. Em 2009, ficou em segundo lugar na corrida à presidência da Câmara de Odivelas.

 

Carvalho, José (1932-2023). Com apenas 13 anos, José Fernando dos Reis Carvalho (“Zé Teso”) participou na fundação definitiva do Odivelas Futebol Clube, integrando os primeiros órgãos sociais da coletividade, eleitos em 1954. Muitos sócios do OFC conheceram-no como cobrador de quotas, função que desempenhou durante mais de 35 anos.

 

Costa, Arlindo (1944-). Ainda criança, fez parte do Hóquei Clube dos Pombais, uma equipa de hóquei em campo. Trabalhou como eletricista de elevadores e foi membro da Assembleia de Freguesia de Odivelas. Poeta e cronista, colaborou com o jornal Odivelas Notícias e publicou os livros No Tempo da Ramona (2018) e Ao Correr Destas Águas (2024).

 

Costa, Mateus Gregório Rodrigues da (?-1930). Mateus Gregório da Costa participou em 1897 na fundação dos Bombeiros Voluntários de Odivelas, cujo comando assumiria até 1930, além de ter sido presidente da mesa da assembleia-geral da corporação (1924-1930). Foi eleito membro da Junta de Freguesia de Odivelas em 1925, ano em que a Câmara de Loures o nomeou inspetor-geral do Serviço de Incêndios do concelho. Integrou a direção da Sociedade Musical Odivelense e foi correspondente do diário O Século. Deixou de ser comandante dos BVO em abril de 1930 por razões de saúde, mas, em 19 de outubro desse ano, faleceu ao socorrer uma criança em risco de atropelamento. No funeral de Mateus da Costa, realizado em Lisboa, compareceram bombeiros de numerosas corporações dos arredores da capital.

 

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Dias, Arnaldo (1931-). Empresário da construção civil, Arnaldo Dias participou na edificação de bairros como Arroja e Ribeirada, além de explorar o restaurante El-Rei D. Dinis. Apoiou financeiramente o Odivelas FC e várias instituições de solidariedade social. O nome de Dias foi atribuído a uma rotunda de Odivelas e ao estádio utilizado pelo OFC entre 1993 e 2013.

 

Ferrão, Fernando (1959-). Fernando Manuel Simões Piedade Ferrão iniciou-se como ator na Sociedade Musical Odivelense, frequentando mais tarde um curso de representação no Centro Cultural de Benfica. A partir da década de 80, desempenhou numerosos papéis no teatro e na televisão, celebrizando-se pela participação na série humorística Os Malucos do Riso, e fez dobragens de vários filmes de animação.

 

Ferreira, José. Nascido em Odivelas, José Rosalino Ferreira iniciou-se no ciclismo em 1938, representou na década de 1940 equipas como Picheleira, Sangalhos, Iluminante, Sporting ou Belenenses e ganhou várias provas regionais e nacionais. Foi também dirigente do Odivelas FC, dos Bombeiros Voluntários de Odivelas e da Sociedade Musical Odivelense.

 

Francisco, Honório (1929-1986). Sobrinho do ciclista João Francisco, Honório Simões Francisco viveu nos Pombais e, além de funcionário dos TLP, foi praticante, treinador e dirigente de ciclismo. Honório destacou-se como ciclista do Benfica em 1954 e 1955, ano em que venceu a Volta a Lisboa. Ganhou a Volta a Portugal de 1977 como treinador da equipa do Lousa, vindo a ser secretário da Federação Portuguesa de Ciclismo em 1980 e 1985. Faleceu num acidente de viação na Calçada de Carriche em 20 de agosto de 1986, tendo o seu nome sido atribuído ao polidesportivo da Codivel.

 

Francisco, João. Natural da Póvoa da Galega e motorista de profissão, João Francisco residia em Odivelas quando se tornou um dos ciclistas portugueses mais populares nas décadas de 20 e 30 do século XX. Venceu as corridas Porto-Lisboa de 1927, 1928 e 1933, tendo representado emblemas como o Belenenses e o Clube Atlético de Campo de Ourique (CACO). Em 5 de dezembro de 1931, foi homenageado com uma festa na sede da Sociedade Musical Odivelense.

 

Gonçalves, Alberto Pereira (1892-1971). Professor do ensino primário, trabalhou na escola para rapazes de Odivelas entre 1931 e 1957. Lecionou também cursos noturnos para adultos e colaborou em várias iniciativas com as associações odivelenses. Na década de 1990, um grupo de ex-alunos, juntamente com a Sociedade Musical Odivelense, promoveu a instalação no Largo D. Dinis de um busto do professor, homenageado ainda com uma placa toponímica.

 

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Moreira, José (1939-2022). O bancário José Manuel da Silva Moreira assumiu a presidência do Odivelas FC entre 1996 e 1998, depois de uma década como presidente-adjunto do clube. Foi também dirigente do Niagara, membro da Assembleia de Freguesia de Odivelas e presidente da Comissão Instaladora da Junta de Freguesia de Famões. Nas autárquicas de 2005, foi o candidato da CDU à presidência da Junta de Odivelas.

 

Ramos, Jorge Leitão (1952-). Nascido em Odivelas, Jorge Leitão Ramos licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico. Escreveu críticas de cinema e televisão para os periódicos Jornal Novo, Diário de Lisboa e Expresso. É autor de vários livros, entre eles o Dicionário do Cinema Português (em três volumes), e mantém a base de dados Memoriale.

 

Santos, Natália (1958-2024). Moradora em Odivelas desde os 6 anos, Natália Santos trabalhou na EDP, na Carris e em diversas escolas do concelho odivelense. Foi vogal da Comissão Instaladora do Município de Odivelas, com a tutela da saúde, candidata da CDU à presidência da Câmara em 2001 e vereadora em diferentes períodos. Participou em várias entidades associativas, como o Movimento Mais Saúde.

 

Vaz, Maria Máxima (1937-). Antiga professora do ensino básico e doutorada em História Contemporânea pela FCSH-UNL, é especialista na história local de Odivelas. Escreveu livros como O Concelho de Odivelas: Memórias de um Povo (2001), Memórias de Olival Basto (2009) e Por Terras de El Rei D. Dinis (2016), para além de numerosos artigos na imprensa. Uma rua e uma escola de Odivelas apresentam o nome de Maria Máxima Vaz.