Um plano infalível
A estratégia de José Manuel Fernandes para derrotar Donald Trump pode ser resumida em dois conselhos:
1) Não vá a manifestações nem diga nada desagradável sobre o presidente americano: isso só o reforça. Se for uma estrela de cinema e receber um prémio, agradeça à família e vá-se embora.
2) Defenda exactamente o mesmo que Trump, mas numa linguagem mais polida.
Alguns colunistas do Observador e de outros jornais têm mostrado uma atitude ambígua perante Trump. Admitem que o homem é feio, mas ele é tão politicamente incorrecto e irrita tanto a esquerda que não pode deixar de lhes agradar. São como uma rapariga a dizer sobre o namorado: “Ele é bruto, mas dá-me tanto prazer”.
Dito isto, há um aspecto importante que Fernandes foca: Trump não chegou ao poder através de um golpe de Estado. Várias sondagens indicam percentagens significativas de aprovação das medidas do filho de Fred Trump e, além dos protestos nos aeroportos, existe uma “rua” trumpista, visível na manifestação anti-aborto com a presença do vice-presidente Mike Pence (que seguirá uma política semelhante caso Donald seja “empichado”). Essa é talvez a parte mais preocupante deste filme, mas de nada serve ignorar ou tratar como um bando de broncos os americanos apoiantes de Trump.
Entretanto, todos os dias recebemos uma torrente de notícias sobre Donald Trump, e cada uma delas é mais disparatada que a anterior. Ontem na RTP3, Ana Lourenço não conseguiu conter o riso a propósito da polémica entre Trump e Arnold Schwarzenegger.